Certa vez em uma lista eu escrevi um e-mail polêmico, eu defendia a tese que religião e política são diferentes de futebol, e devem sim ser discutidos, isso por causa daquele famoso adágio popular que afirma que esses três assuntos são causa certa de brigas e portanto proibidos em conversas ou discussões. Claro que não sou ingênuo ao ponto de não concordar que todos são sim, pontos geradores de grandes discordias e conflitos, a história e o dia-a-dia me desmintiriam se eu afirmasse o contrário. A questão porém é outra, vejam só:
Quando e como escolhemos o nosso time do coração? Geralmente na infância sob a influência do pai, da mãe, de um tio ou até de um amigo, não importa, alguém nos convence que aquele é “o” time. Depois disso acabou, tá escolhido, e se você mudar de time recebe o horrendo estígma de “vira casaca”, um verdadeiro traidor das “cores da camisa”. Não é assim? Não podia ser diferente, futebol é um jogo, os times mudam sempre e não há lógica, é paixão pura.
O problema ocorre quando as pessoas tomam a mesma atitude acima descrita em relação à política, a escolha do partido ou do “lado” (esquerda/centro/direita) que vão apoiar, neste caso é um pouco mais tarde, mas mesmo assim em muitos casos esta escolha tem uma forte influência familiar, quando as crianças já são envolvidas pelos pais nas campanhas político-partidárias e desde cedo vão tomando gosto pela “camisa”, na verdade a maior questão é essa, o que chamamos “vestir a camisa”. Muitas pessoas na adolescência decidem seu posicionamento político e depois por acomodação ou mesmo por radicalismo não continuam a questionar esse posicionamento, passam a ver os outros, do outro lado, como inimigos, não importa o que argumentem.
Com a religião a coisa é um pouco mais complexa, pois há vários motivos que fazem alguém praticar ou ser de alguma religião, os mais comuns são os seguintes: Familiares, étnicos(culturais), filosóficos, emocionais (carências) e (infelizmente) financeiros. E com essa diversidade de motivações fica difícil compatibilizar uma discussão coerente. Não há como questionar, também, que na maioria das vezes essa é uma tradição passada entre as gerações, os atavismos são gigantescos e a maioria das religiões se afirma “a” salvadora. Contudo esse é um tema por demais importante para ser encarado como “uma camisa de um time que me deram quando eu nasci” e que eu não devo questionar nunca, nem estudar os outros pensamentos sobre esses temas tão fascinantes que buscam explicar de onde viemos, quem somos e para onde vamos.
A minha proposta é: Vamos estimular as novas gerações a não terem preconceitos políticos, nem religiosos, que leiam e estudem tudo, e fiquem com o que a sua consciência e o seu coração lhes indicarem, que possamos dar a nossos filhos a nossa visão de mundo e as nossas convicções espirituais, desde pequenos, porém vamos dizê-los, também, que existem outras formas de pensar e que eles não só podem, mas devem estudá-las e discuti-las (no campo das idéias) para que assim formem a sua própria verdade pessoal. A paz do mundo, na minha humílde visão, passa por essa atitude de nós, pais e educadores. Difference is good!
Marcelo, meus posts no bloggar estão saindo com um dia de diferença na data (coisa que não acontece postando no blogger). Tem a ver com o bloggar mesmo ou é algo que pode ser resolvido?
Marcelo, para mim o preconceito religioso, dos que voce falou, é o pior. Pois facilmente descamba para o fanatismo. E fanatismo é coisa muito dificil de ser tratado em conversas. Facilmente se chega a situações limites de ódios e ataques. E nem estou falando só dos fundamentalistas islâmicos não. Um abraço.
Mil perdões eu peço, Marcelo. O problema aconteceu mesmo (eu postei no bloggar e logo depois pelo blogger e deu um dia de diferença mesmo checando a questão de fuso horário) mas não teve a ver com o bloggar, foi um erro meu mesmo, desculpa eu ter me precipitado. Não tive intenção de ser "reclamona", é que eu não estava entendendo, o bloggar é ótimo e espero ansiosa pelas novas versões.
Ok Lua, sem problemas! O Bloggar v2.0 vem ai.