A morte em foco

Lembro bem claramente como passei a encarar a morte no início da minha descoberta do conhecimento espírita há 14 anos, a compreensão da existência de um sentido na vida e por consequência do fim inevitável desta, é empolgante, quase embriagante, a sensação de que estamos diante da maior das descobertas humanas é acima de tudo reconfortante, mas felizmente não me limitei, nem me satisfiz com esta visão neófita e superficial da realidade espiritual em que muitos estacionam no comodismo de “ter” uma religião.

Neste período, além do estudo continuado, sofri com mortes de pessoas amigas (e jovens), vi meu pai perder pouco a pouco a capacidade de comunicação e cognição vítima do mal de alzheimer, casei com uma pessoa maravilhosa e fui pai duas vezes, sendo este último fato o que mais forte impacto causou na minha forma de ver a vida e a morte.

O caso de Theresa Schiavo trouxe de volta ao foco das discussões a questão do direito que temos em decidir ou interferir na morte das outras pessoas, a complexidade das relações humanas transcende a vida e a morte, o chamado destino é deveras cruel quando não conhecemos o intricado drama gerador dos fatos em análise. É fácil para algum “especialista” em neurologia, catolicismo, ceticismo ou espiritismo emitir alguma opinião sobre o que se deve ou não fazer neste caso, quando não é ele quem está vivendo a dor e principalmente a responsabilidade daquele momento crucial.

Por tudo isso não me pergunte o que é certo fazer neste caso na visão espírita, ninguém pode saber isso senão aqueles diretamente envolvidos na questão, o que diz o coração de cada um, qual a mais profunda intenção de suas almas quando decidem tomar esta ou aquela posição para com aquele ente familiar, isto vai condená-los ou isentá-los do sofrimento maior que é o enfrentamento das suas próprias consciências.

7 thoughts on “A morte em foco

  1. O que quase me dá uma certeza de que o que se fez foi mal feito, deve-se à vontade dos pais de que ela continuasse a viver daquela forma. Não consigo deixar de ter esta dúvida: porque não conseguiram convencer os seus pais de que a solução adoptada era a única?

  2. Fala, Marcelo!

    Concordo com tudo o que falastes acerca da doutrina espírita, a qual sigo desde o leito materno. Assim como no caso da Sra. Schiavo, confesso que passei por um profundo período de questionamentos quando do falecimento de minha mãe. As pessoas se espantavam ao assistirem meu sofrimento e, invariavelmente, algumas me perguntavam: “ué, mas você não é espírita?”, ao que eu respondia: “ser espírita na teoria é uma maravilha, o difícil é ser espírita na prática.”
    O que quero dizer com isso é que, embora o espiritismo condene a eutanásia como forma de abreviação do sofrimento pelo qual determinada pessoa deve passar, acredito que cada caso deva ser estudado em particular. Há um grande ponto de interrogação sobre a minha cabeça neste momento.

  3. Marcelo… nao sei se aqui e o lugar adequado a buscar ajuda, como como o forum naum me ajudou e o site do bloggar fora do ar, so tenho a ti para recorer..

    eu ja uso o bloggar com o Movabletype faz um tempo, e funciona que e uma beleza..

    mas eu estou com um projeto com um amigo.. e preciso usar o blogger.com com ele postando num servidor sem ser o blog spot.. mas toda vez que o testo e plubicado pelo bloggar ele naum e postado no servidor.. eu tenho que entrar no blogger.com para postar por ele..

    Por favor naum sei mais o que fazer

    Abraços

    Eduardo

  4. Marcelo.. Ignora o comentario anterior..

    resolveu magicamente… acredita nisso??

    foi so escrever o comentario anterior..

    vai entender..

    ah da uma olhada nisso..

    http://www.gravatar.com

    eles tem um plugin pra movabletype.. pra colocar avatar das pessoas no comentario.. e bem legal

    Abraços

  5. Marcelo,
    ví a pouco um filme onde a todo tempo a personagem principal era pressionada a fazer uma declaração sobre um suposto escandalo do passado. Ela achava que as pessoas não tinham o direito de questioná-la sobre um assunto pessoal, e não fez a declaração porque feria este princípio.

    Em dado momento, em confidência ela falou a alguém a verdade. O interlocutor perguntou por que ela se deixava passar por toda aquela angústia, se tratava-se de um engano, de uma armadilha.

    Ela respondeu placidamente: “princípios são mais importantes quando se tornam inconvenientes. Nestas horas é que são realmente testados”.

    um grande abraço.

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