Os últimos passos de um homem é o título do filme que mais me fez chorar na vida, quando eu me emociono em filmes, normalmente tenho os olhos “marejados”, mas nesse caso eu chorei de verdade, sai do cinema com vergonha dos olhos vermelhos.
Alguns dias depois acordei no meio da noite com um pesadelo, daqueles hiper-realistas que a gente acorda e passa ainda algum tempo pra se acostumar que era um sonho apenas. No sonho eu era um condenado à morte que estava na minha cela, no dia da execução, esperando ser levado, não havia pensamento sobre culpa ou inocência, só angustia e medo era tudo que eu sentia, era desesperador. Acordei assim, não vivenciei a minha morte, mas chorava novamente e acordei Erika pra contar o sonho e me acalmar.
Uma interpretação é que eu fiquei impressionado com o filme e revivi a cena durante meu sonho, mas alguns detalhes me fazem ter outra visão sobre esses dois episódios, no sonho minha prisão era suja e de paredes de pedra, muito diferente da metálica, limpinha que aparece no filme, e o mais importante, ERA EU quem estava lá, sentindo aquele turbilhão de dor e sofrimento, não era alguém na tela. Então tendo a acreditar que o filme na verdade, despertou-me memória muito antiga.
Toda essa introdução para expressar minha consternação e tristeza com o fuzilamento do Marco Archer, eu sei que ele era traficante, mas o assassinato à sangue frio me choca e entristece, seja perpetrado por um psicopata ou por uma sociedade organizada como o caso da Indonésia.
A vida é uma maravilhosa oportunidade de aprendizado, de troca de experiências, enfim de Evolução, interromper essa jornada deliberadamente é fato grave que demanda muita responsabilidade e apesar de existirem situações limite onde atenuantes se aplicam, matar é um erro.
Apesar de ser racionalmente contra a Pena de Morte, pelos meus princípios e conhecimentos Espíritas, ver pessoas próximas defendendo nas redes sociais esse ato de violência me atinge emocionalmente, adiciona sofrimento à própria notícia em foco.
Enviemos pensamentos de paz e harmonia ao espírito do Marco e à sua família que agora sofre uma dor extrema.
PS. Comprei o DVD do filme mas nunca tive coragem de re-assistir, está lacrado aqui em casa. Mas recomendo muito, rendeu um Oscar para a Susan Sarandon.