Esse é um terreno fascinante e perigoso, o de lidar com o que tememos tornar real, isso nos acompanha desde a infância, a fantasia que nasce, vem do incontrolável, vem do desejo, a promessa do bom, do belo ou do prazer é sedutora, mas de alguma forma nos deixa à mostra, e isso nos assusta. Apesar de onze entre dez pessoas relacionarem a fantasia à sexualidade, ela está presente em tudo que desejamos, seja de forma mais clara ou mais velada, criamos ambientes, situações, diálogos até, é o entorpecente, o escape natural da nossa consciência. Às vezes ela vem forte, quando a carência se instala, e toma conta, muda o mundo diante dos nossos olhos qual verdadeira “realidade virtual”.
Entretanto só os extremos devemos temer, a busca ansiosa pela realização dos desejos e fantasias cria egos pouco saudáveis, por outro lado não poderíamos sobreviver sem a nossa capacidade de fantasiar, ela é o que nos estimula o ato de criar, tudo que temos de criativo vem de como estimulamos (e fomos estimulados) a fantasiar na infância e em nossas passadas vidas.
Em resumo, como dizem Los Hermanos na música Todo Carnaval Tem Seu Fim:
“Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz!”