Conforme prometido no post anterior, aqui a resposta (Deus queira) visionária de Peter Drucker ao Sr. Luiz Ernesto Gemignani, presidente da Promon, um dos maiores grupos de tecnologia do Brasil. Eu queria que os atuais e os próximos governantes do nosso país lessem isso com carinho.
Gemignani pergunta: “Desde o dia 11 de setembro, o Brasil não faz mais parte das prioridades dos governos dos países desenvolvidos. Mesmo antes dos ataques terroristas, a economia brasileira vinha sofrendo com uma série de eventos inesperados – a crise argentina, a desaceleração da economia mundial e o racionamento de energia. As previsões feitas pela maioria dos analistas são um tanto quanto sombrias.
O Brasil está condenado a ser o país do futuro ?”
Peter Drucker responde: “Sinto que o empresariado brasileiro ainda não compreendeu totalmente o significado do desenvolvimento que mencionei anteriormente. Sua pergunta parte do princípio (como fazem tantos de meus amigos brasileiros) de que o futuro do Brasil está na economia mundial (e é amplamente determinado por ela). Não, o futuro do Brasil está claramente em sua economia interna e no seu rápido desenvolvimento. Talvez estejamos entrando em um extenso período de estagnação mundial e recessão severa – e certamente estamos diante de um longo período de forte inquietação. Isso deve possibilitar o próximo boom do desenvolvimento brasileiro – crescimento e desenvolvimento da ECONOMIA INTERNA e da sociedade brasileira. A EDUCAÇÃO, para mim, deveria ser a próxima e principal indústria em crescimento no país – e é a industria na qual a nova tecnologia da informação oferece as maiores oportunidades para desenvolvimento rápido e mudanças profundas, especialmente num país tão vasto quanto o Brasil.”
fonte: Revista Exame – Edição 754