Para quem não reconheceu, este simpático senhor da foto é o mestre Ariano Suassuna imortal da ABL e autor de várias obras literárias entre elas o Auto da Compadecida que hoje em dia dispensa comentários depois do popular (e maravilhoso) filme do Guel Arraes.
Este post na verdade é uma continuação daquele do dia 18 sobre o Darcy Ribeiro, pois no dia seguinte ao documentário sobre o Povo Brasileiro na mesma TV Cultura eu assisti a uma entrevista de Ariano no programa do Roberto D’Ávila e a minha admiração por ele só cresceu, ele bem humorado como sempre defendeu sua postura de nacionalista convicto e de amante do nosso povo e da nossa cultura.
Nós aqui em Recife somos privilegiados pois a Rede Globo Nordeste mantém um quadro chamado “O Canto de Ariano” no NE TV (equivalente ao SP TV de Sampa) aos sábados desde março de 1999, onde Ariano fala suas crônicas, conta seus causos, declama seus poemas, enfim um oasis de cultura no inóspito deserto da mída. Neste último sábado ele falou que desde muito tempo passou a utilizar a frase “viva o povo brasileiro” quando é solicitado a testar o microfone em entrevistas e apresentações públicas, pois diz ele que nunca achou sentido em usar essa palavras comuns “alô som”, “testando, testando…”, certa vez quando se preparava para fazer uma de suas famosas aula-espetáculo no teatro Apolo, pediram para ele testar o microfone, sem perceber que o público estava ouvindo ele soltou em alto e bom som “Viva o povo brasileiro!” e a platéia do outro lado da cortina respondeu com um grande “Viva!” seguido de muitos aplausos.
Finalizo esse longo post com uma citação de Dostoievski em Os Irmãos Karamzov que segundo Ariano a reflexão sobre ela o fez voltar a crer em Deus:
“Se Deus não existe então tudo é permitido”.
Ele é fantástico, certa vez em um curso de português que fiz tive o privilégio de assistir a uma "palestra" dele, vcs sabiam que ele não compra nada, mas nada mesmo que não tenha sido fabricado no Brasil?? Abraços