Build2015: Testei o Microsoft HoloLens

Quem me acompanha no Instagram, Facebook ou Twitter deve ter percebido que estou em San Francisco participando da conferencia anual da Microsoft para desenvolvedores, a Build Windows 2015. Passei o dia “floodando” essas redes sociais com fotos e vídeos do evento, portanto clique nos links pra ver alguns highlights do primeiro dia do evento, no final faço um post aqui com um resumo, incluindo as palestras que assisti.

Hoje porém o assunto é o Microsoft HoloLens, device revolucionário anunciado no começo do ano, que mais parecia ficção-científica que algo real. Se você não sabe o que é o Microsoft HoloLens, antes de continuar lendo esse post, assista o vídeo abaixo, que dá uma ideia geral do produto e de algumas aplicações.

Na ocasião do anúncio somente funcionários da Microsoft usaram o óculos holográfico no palco e muita gente ainda ficou com o “desconfiômetro” ligado que poderia ser uma demonstração ensaiada com um vídeo pre-renderizado.

Hoje isso mudou, no palco eles demonstraram várias aplicações interessantes, uma delas inclusive provou como ele será um recurso didático poderoso. E para nós desenvolvedores uma informação preciosa, para fazer aplicações para ele usaremos conhecimentos que já temos, pois a partir do Windows 10 poderemos criar “Universal Applications” que rodam desde o celular, passando pelo PC e XBOX até o HoloLens.

Então, o que todos esperavam virou realidade, pois ao final do Keynote eles anunciaram que poderíamos nos inscrever para testar o óculos em sessões individuais! Fiz minha inscrição correndo no celular e quando estava almoçando meu burrito de frango ao curry (CEO indiano tinha que ter curry) recebi um e-mail dizendo que eu estava agendado para fazer o teste às 2:30pm!

HoloLens Demo Badge

Pra minha surpresa o email indicava que o teste era fora do Moscone Center (local do evento), em um hotel próximo, dizia pra chegar 5 minutos antes.

Cheguei 10 minutos pra não ter perigo de perder, e na hora marcada, em um grupo de oito curiosos, subimos escoltados num elevador exclusivo para o 27 andar. Chegando lá fizemos o check-in ganhamos uma camiseta e um novo crachá (foto) e fomos levados para uma sala com armários onde teríamos que deixar todos os nossos aparelhos eletrônicos com câmera, celular, laptop, tablet etc.

Em seguida tivemos um rápido treinamento de como comandar o aparelho, são basicamente 3 formas, o foco da visão (pra onde você olha), a voz e um movimento de pinça (simulando um click de mouse) na frente do corpo, muito simples. Então veio a primeira coisa que mostrou que o produto não está pronto para o mercado, tivemos que fazer uma medição da distancia das nossas pupilas (com um aparelho oftalmológico) devidamente anotado num papelzinho para configurar o sistema.

Fomos direcionados cada um para um quarto de hotel, onde dois funcionários da Microsoft nos esperavam, um deles ficava num laptop, e o outro era nosso guia, o ajuste do óculos na minha cabeça não foi simples, para calibrar precisamos ver completamente um retângulo com o logo do Windows no meio, mas acho que isso melhora com a prática.

Começa então a experiência, são 3 aplicações de teste, na primeira aprendemos a mover objetos apontando com o olhar (como se fosse um mouse) e depois clicando com a mão, para fixá-lo no ar ou em alguma superfície, podemos andar em volta do objeto e ele parece sólido e real. Nesse mesmo teste também fazemos o mapeamento da sala, com um comando de voz e olhando para as paredes e o teto, o gráfico nessa operação é muito bonito, ele vai criando uma superfície triangularizada (TIN) muito massa. Ao final de 5 minutos você já aprendeu, ponto muito positivo dessa tecnologia, é uma interface totalmente intuitiva e confortável, afinal apontar com o olhar é o que fazemos desde que nascemos.

Na segunda aplicação nós vamos aprender a manipular objetos, uma ilha virtual aparece na nossa frente como uma maquete, com um comando de voz ela fica em tamanho real, e o guia pede pra selecionarmos um peixe do modelo com o olhar e o clique da mão, em seguida outro comando de voz pra selecionar uma paleta de cores que fica numa caixa de ferramentas virtual que “colocamos” em cima do móvel do quarto, depois é só olhar pro peixinho e clicar que ele muda de cor. Da mesma forma podemos duplicar objetos e mudar o tamanho deles, e depois reduzimos a ilha para o tamanho “maquete” e andamos em volta vendo o modelo 3D com nossas modificações.

Foi durante esse teste que percebi a maior limitação do HoloLens, a visão periférica não é preenchida (como no Óculos Rift) e no momento que fiz a ilha ficar em tamanho real eu esperava que ela preenchesse todo o quarto, mas quando movemos a cabeça é como se tivéssemos uma janela retangular widescreen onde o holograma é projetado, tirando muito a imersão. Se você tiver objetos pequenos pelo ambiente isso é menos percebido, pois o foco é sempre pra onde você está olhando.

Finalmente o terceiro exemplo é apenas pra demonstrar o poder de integração com outras aplicações, vemos um modelo holográfico de uma X-Wing (nave de Luke em Star Wars) pintamos as asas (escolhi verde-oliva) e depois exportamos para ver no tablet o modelo, que poderia ter ido também para o OneDrive ou uma impressora 3D.

Veredito final, é um produto em desenvolvimento, tem que resolver o problema da calibragem da distância entre as pupilas e ampliar o campo de visão para ser perfeito. Mas de qualquer forma é uma tecnologia impressionante, uma interface nova mas que é tão natural que não vai gerar nenhuma barreira com pessoas leigas tecnologicamente falando. Abre espaço para aplicações em todas as áreas que você possa imaginar, o futuro é massa e já chegou!

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